sábado, 13 de junho de 2009

1984: As Relações com a Cibercultura.

O Livro 1984, escrito por George Orwell em 1948, faz uma crítica aos regimes totalitários (Nazismo, Fascismo e Comunismo), ao mostrar uma sociedade dominada por um governo onipresente. Um mundo onde a guerra é uma constante, necessária para manter os indivíduos unidos em torno de um inimigo comum (que ninguém sabe ao certo quem é porque está sempre mudando).
A figura do Big Brother, o homem atrás da tela, está em todos os lugares vigiados há todos o tempo todo. Mas é impossível saber se ele é alguém especifico ou apenas uma imagem usada para simbolizar aqueles que estão no poder.
Na Oceania (engloba a Oceania, América, Islândia, Reino Unido, Irlanda e parte da Ásia), onde vive Winston Smith, personagem principal do livro, as informações são mutantes e êfemeras, reescritas de tempos em tempos, para alterar os fatos dando-lhes novas versões, mais de encontro com os interesses do grupo dominante. As pessoas são levadas a Duplipensar, relativizar, pensar por dois pontos de vitas, usando sempre o que for mais conviniente para o momento. A Novilingua, uma lingua em construção, tem por objetivo reduzir o tamanho e o número de palavras como uma forma de limitar a consciência humana.
A oposição, os criticos, os divergentes, também são, em certos momentos, estimulados, fomentados pelo sistema, um “mal-necessário” para matê-lo.
É possível fazer relações entre o que é mostrado na obra de George Orwell, escrita há mais de 50 anos, e a sociedade em que vivemos e a que o futuro nos aponta, sob a égide da cibercultura[1].
O mundo ocidental, em tese democrático, em guerra contra o terrorismo, um inimigo sem rosto, sem nacionalidade, perdido em uma parte do mundo. Tudo que sabemos dele nós chega por meio das mídias (rádio, televisão, jornal e internet) nem sempre confiáveis.
Quanto mais nos inserimos na cibercultura, mais nos expomos, mais estamos à mostra. É a internet, os cartões magnéticos, as câmeras de seguranças, os celulares, etc... São muitas as maneiras de se ter acesso a tudo sobre qualquer pessoa.
Especialmente na internet, as palavras estão sendo encolhidas, cortadas, criando-se uma “nova língua”. Quanto menos se pensar, quanto menos se refletir, quanto mais rápido se digitar, mais ágil a comunicação.
Os não incluídos, os que se colocam a margem, o dissonantes, a oposição, tudo se ajusta a cultura pós-moderna. Todos exibem o grau de contestação necessária para manter o sistema.
Temos o Big Bhother, o reality show, o homem da tela vigiando e sabendo de tudo. Quem sabe essa seja apenas uma de suas facetas e ele esteja aqui nos vigiando, talvez nem nossos pensamentos sejam mais tão nossos quanto pensamos.
Isso pode ser apenas o começo rumo a algo tão perverso que leve o individuo a perder a liberdade de dizer que um mais um é igual a dois.



[1] Cultura contemporânea marcada pelo desenvolvimento tecnológico.

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